Uma lição importante em nossos afazeres é separar a causa de seus efeitos e não confundir correlação com relação causal. Infelizmente, observamos que para satisfazer nossas necessidades psicológicas, usamos muitos osciladores e médias como se fossem indicadores. Esses parâmetros são interessantes, mas derivados depois que os preços se formam e, portanto, vem com atraso e não servem para indicar novas mudanças, assim como o rabo não balança o cachorro.
Na realidade, não temos indicadores que nos ajudem a negociar no mercado financeiro. Temos apenas tendência com ondulações de preço. Por isso, inventamos algumas medidas para diminuir a sensação de incerteza. Lamentavelmente, neste mister, a coisa mais certa é a incerteza e precisamos aprender a conviver com ela. É a partir das mudanças de preço que calculamos as médias e os osciladores mas, erroneamente, insistimos em chamá-los de indicadores. Outra alternativa frustrada, que usamos para satisfazer a necessidade de certeza, é trabalhar com padrões gráficos. Todavia, nada indica o que pode acontecer e nada substitui o bom senso na hora de comprar ou vender uma ação. Os negociantes humildes de qualquer esquina de nossas cidades não usam gráficos mas, assim mesmo, vivem da arte de negociar.
Apesar desse mal entendido, os gráficos são tão atraentes que nos enganam maravilhosamente bem. Operamos acreditando nas imagens que se formam na tela como se fossem santos milagrosos. Esperamos por formações específicas numa atividade randômica e nem percebemos a contradição. Infelizmente, só percebemos o equívoco depois de uma jogada perdida. Muitas vezes, o que fica na cabeça é a imagem dos acertos. A fé nos osciladores exclui os erros e abraça os acertos. Com essa imagem na mente, renovamos a esperança e os indicadores se transformam em santos de pé de pote. Isto é, são apenas adornos que não obram milagres.
Aproveito a oportunidade para sugerir uma alternativa simples mas que não confunde o que vem antes ou depois das mudanças de preço porque representa a própria mudança. Os osciladores são médias modificadas e, como tal, são calculadas com atraso. Quanto maior for intervalo estipulado, mais defasado e distante fica a linha de preço. O pior é que todos os indicadores que conhecemos são imprecisos e causam divergências, além de confundir o operador.
Para os interessados sugiro usar apenas uma média móvel como oscilador de intervalo Um. Média móvel de intervalo UM é igual a linha de preço e vai variar colado no preço. O objetivo principal é colocar essa média na janela inferior do gráfico. Essa média nunca vai divergir da linha de preço, e não é defasada. Portanto, não confunde o operador, pois as duas linhas, a de preço na janela superior, e a média na janela inferior, são idênticas.
Ao colocar a média na janela inferior, ela fica confinada entre dois extremos, e vai variar entre esses limites. Assim, podemos identificar os suportes e resistência sem maiores problemas. Muitas plataformas ajudam com linhas e médias em cores para indicar os aumentos e as retrações de preço, como mostra o gráfico, abaixo.
O gráfico representa a ação do Banco do Brasil negociada no mercado americano. Na parte superior, temos o preço, e no inferior, apresentamos uma média móvel tipo Hull de Um. Essa é idêntica a linha de preço, por isso não há como se confundir ou se preocupar com divergências. E, como qualquer oscilador, ela varia do suporte até a resistência e vice-versa. Note que as arrancadas de alta estão em verde e as de baixa em laranja. Isto ajuda muito a identificar a direção dos movimentos de preço. Com esse simples setup não seremos enganados pelas divergências e podemos negociar respeitando os suportes e as resistências sem violar a tendência.
Boa sorte, Prof. Metafix, Wisconsin, 3 de dezembro de 2021.
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