A incerteza dos lucros e a certeza das decisões no mercado de ações.

Professor Metafix

Infelizmente rejeitamos a idéia de agir sem ter certeza dos resultados porque acreditamos no inacreditável de que tudo tem um destino certo. Os interessados no meu método invariavelmente se preocupam com os lucros e pouco com a lógica da estratégia…

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Chaplin e o Acaso A incerteza dos lucros e a certeza das decisões no mercado de ações.

Nesse frio de 25 graus negativos, passei de ano assistindo um filme de Charles Chaplin e pensando sobre a incerteza que paira sobre a economia neste ano novo! O cinema é uma boa opção para quem deseja ter certeza das coisas. Os filmes de Chaplin tiveram grande sucesso no mundo inteiro porque apelava para o senso de igualdade e justiça que predomina nos seres humanos. O sofrimento dos protagonistas elevava a simpatia da plateia que depois era surpreendida com resultados agradáveis. Não havia determinismo em seus filmes e ninguém vencia por bravura ou porque sabia que ia dá certo. A persistência desajeitada desafiava o azar com resultados utópicos inesperados. A lição era simples também; ela mostrava que mesmo quando não temos certeza dos resultados, a dignidade humana exige que tomemos alguma atitude para melhorar a vida.

“mesmo quando não temos certeza dos resultados, a dignidade humana exige que tomemos alguma atitude para melhorar a vida” A falta de determinismo nos filmes de Chaplin é sintomático de quanto pouco sabemos sobre o futuro. Par ele, a justiça social surgia de forma aleatória em função da luta e do sofrimento humano, mas não tinha uma causa especifica. Lutava sem destino, na vaga da incerteza, com esperança de vitória.

Infelizmente rejeitamos a idéia de agir sem ter certeza dos resultados porque acreditamos no inacreditável de que tudo tem um destino certo. Os interessados no meu método invariavelmente se preocupam com os lucros e pouco com a lógica da estratégia. A discussão é acirrada entre os que não acreditam no acaso e os que insistem em apregoar o determinismo dentro da mão invisível para o movimentos dos preços. Esses procuram técnicas que garantam lucros.

Enquanto não conseguirmos identificar todos fatores, enquanto não desenvolvermos uma metodologia aceitável para modelar os dados e enquanto não inventarmos máquinas poderosas que possam analisar todas informações, estaremos longe de prever os resultados com a precisão que desejamos. Portanto, na ausência desse trio, temos que trabalhar com amostras, com probabilidades e administrar os risco convivendo com a incerteza dos resultados.

Chaplin fazia porque devia fazer, falhou muitas vezes, mas recuperava depois de forma surpreendente. Do mesmo modo, se agirmos corretamente, não há necessidade de se preocupar com os lucros. Olhar do topo da montanha talvez não tenha significado algum, mas subir a montanha tem uma importância enorme para provar do que somos capazes.

“Agimos porque é necessário, mas não podemos controlar os resultados nem o comportamento de todas variáveis” Agimos porque é necessário, mas não podemos controlar os resultados nem o comportamento de todas variáveis. O segundo passo é conviver com a incerteza de tal modo que ela não se torne um empecilho nas nossas decisões. Claro que é o desejo de vencer que produz a necessidade de agir, mas quem trabalhar com a certeza corre o risco de uma grande decepção. A crença é sintomática da nossa indisposição para administrar os riscos. Brincamos com o tempo, embora no mercado não exista espaço para fatalismo nem pasto para bode expiatório.

Portanto, há dois caminhos a seguir: aceitar que temos dados incompletos e trabalhar com amostras bem estruturadas procurando identificar a probabilidade maior de um evento acontecer; ou se arrastar pela linha do determinismo procurando causas imediatas para controlar ou manipular o mercado em proveito próprio. A primeira opção prima pela humildade e pela necessidade de aprimorar nossos conhecimentos. A segunda é presunçosa e aventureira. Imaginar que esse ou aquele individuo manipula o mercado é acreditar somente no poder da esperteza e alimentar as hienas que rodeiam nossos lucros. Os especuladores aproveitam as oportunidades geradas por políticas incorretas que alteram a relação da força natural entre os compradores e vendedores, mas são insignificantes grãos de areia entre tantos outros que procuram se aproveitar das distorções no mercado.

“À medida que aumenta o número de investidores acreditando que para tudo existem explicações crescem as vítimas que alimentam as hienas de plantão” O mercado se altera em função de muitos fatores sem causas conhecidas. Só os néscios terão a audácia de imaginar que vão identificar e controlar as causas das mudanças. A forma mais segura é encarar nossas decisões com a lógica necessária e sem a certeza para as mudanças nos preços. De vez em quando, ouço análises dos acontecimentos do dia. Poucos analistas confessam que não entenderam o que aconteceu e a maioria aponta para um único fator como força determinante. A necessidade atávica de produzir certeza é tão grande que gera explicações estapafúrdicas. Ora, mas o mercado muda de forma tão brusca que as profecias de um dia têm que ser modificadas com desculpas patéticas no dia seguinte. À medida que aumenta o número de investidores acreditando que para tudo existem explicações crescem as vítimas que alimentam as hienas de plantão.

Primeira opção foi colocada para confirmar de que, mesmo não tendo controle dos eventos podemos identificar algo natural nos movimentos aleatórios dos preços que ajudam nas nossas decisão de forma magnifica! Já sabemos, basta olhar para um gráfico, que o mercado se movimenta em direções claramente identificadas dentro de tempos gráficos diversos. Tanto os movimentos diários, ascendentes e descendentes, como as ondas de movimentos em tempos maiores ou menores fazem topos e fundos onde respectivamente podemos vender ou comprar. Essa é a natureza das séries temporais aleatórias. Mesmo entendendo isto ainda estamos longe da certeza que tantos merecem e ninguém consegue porque nem todos os topos ou todos os fundos são iguais, alguns são mais poderosos do que outros.

Os movimentos parecem possuir uma mecânica determinista, mas não são confiáveis, às vezes, em 10 fundos, apenas 7 podem produzir lucros. Além disso o operador pode errar apesar das indicações estarem certas. Isto é, a probabilidade é boa, um número expressivo, mas em seis jogadas o investidor pode escolher apenas 3 certas das sete possíveis. Além do mais, nem todas jogadas tem o mesmo peso. O apostador pode se enganar de várias maneiras. A solução é administrar os riscos e conviver com a incerteza torcendo para que a maioria esteja correta.

?Navegar é preciso, certeza não,? diria o poeta Fernando Pessoa. A maior certeza que temos nesse mar salgado coberto de lagrimas de perdedores é de que os resultados de nossas decisões são incertos, mas se obedecermos algumas regras básicas, diminuiremos o nível de incerteza e aumentaremos o patamar dos lucros.

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