Diminuindo os Riscos no Mercado de Ações
Administrar riscos para muitas pessoas e em muitos lugares ainda é tabu. Poucos se protegem de eventos raros e de desastres que causam prejuízos porque os riscos são tratados como inevitáveis, coisas que Deus queria. Nos negócios, eventos que representam lucros são classificados como sorte e, os que dão prejuízo, como azar. Trata-se de uma transposição equivocada do conceito do bem e do mal para o mundo dos negócios. Essas crenças, a cultura e a forma de administrar riscos dão uma dimensão especial aos negócios no mercado de ações.
Para piorar, quem se aventura pelo mercado financeiro enfrenta uma conjunção de forças perigosas; a falta de “É natural que a falta de prática e costumes de negócios levem os iniciantes a procurarem técnicas que os ajudem a ganhar dinheiro, mas infelizmente esquecem da prática de não perder” experiência em administração financeira e a pouca prática de comprar e vender, também acirram o problema. É natural que a falta de prática e costumes de negócios levem os iniciantes a procurarem técnicas que os ajudem a ganhar dinheiro, mas infelizmente esquecem da prática de não perder. Muitos iniciam pela análise técnica. Isso é muito bom porque é muito mais fácil operar tendo uma imagem do comportamento dos preços do que concatenar na cabeça números isolados.
Infelizmente, a crença nos gráficos cresceu tanto que em mais de meia dúzia de livros que li sobre o assunto, nenhum mencionava o problema da incerteza. Os gráficos dão uma idéia falsa e forte de que o passado se repete com tanta regularidade que podemos projetar o futuro olhando pra trás. Por bem ou por mal, nada se repete na natureza com a regularidade preconizada pelos grafistas.
A fé quase religiosa no poder dos gráficos leva muitos grafistas a relegar outras informações sob preconceito de que os gráficos já descontam tudo do que acontece no mercado. Todo absolutismo é perigoso e esse é mais do que os outros porque dá importância a falta de conhecimento e coloca-o acima do saber. Não podemos ignorar outras informações que ajudam esclarecer o mundo complexo dos negócios. Nunca devemos esquecer de que a ignorância sai muito mais cara do que o saber. Destarte, mesmo que os gráficos descontassem tudo o que aconteceu no mercado, eles ainda seriam incapazes de prever o futuro porque apenas representam o passado.
Portanto, nada mais perigoso do que fazer qualquer negócio imbuído de certeza. O velho ditado de que o desempenho passado não garante o futuro continua válido para quaisquer eventos da natureza. Atualmente, as grandes firmas já tem departamentos especializados em analisar riscos. Nós não podemos ficar atrás. Pois, enquanto os grandes especuladores trabalham com enormes somas de recursos e ganham milhões diariamente trabalhando com probabilidades, simulações do tipo Monte Carlo e, quando possível, em conluio com os pares; os pequenos labutam isoladamente amargando perdas por falta de dados e por confiar ou não saber usar as formações gráficas corretamente.
Há de se ter cuidado porque as formações gráficas aparecem como constelações de noites escuras e desaparecem ao clarear do dia, quando se muda o tempo gráfico, sem explicação. Enquanto isso, os grafistas se debruçam e esmiunçam os gráficos como motoristas dirigindo pelo retrovisor. Esse exercício, isolado da probabilidade, é incapaz de evitar os desastres que a vaga prática de análise gráfica possa prever.
Os gráficos são ignorados pelos grandes porque são inúteis para prever, mas são amados pelos pequenos porque são simples de entender. Enquanto os grandes investidores tentam antecipar o que pode acontecer construindo cenários alternativos e sem descontar nada, os pequenos perdem tempo analisando o passado e esperando por formações gráficas duvidosas. Os pequenos não dispõem de uma metodologia que possa apontar o futuro com alguma probabilidade crível como as das simulações tipo Monte Carlo. Por isso, gastam tempo demais esperando por padrões com pouca atenção a cenários alternativos. Por isso deve se reconhecer a importância de se controlar os riscos por outros meios.
Minhas recomendações não são originais, mas são compilações lógicas e de bom senso extraídas de várias formas de leituras que tenho feito de grandes autores, grafistas, fundamentalistas e até de anti grafistas. Sou pela soma do saber e não posso dizer que essa ou aquela escola esteja errada, apenas tenho o direito de duvidar! Em tudo que fazemos na vida corremos o risco de rejeitar o que está certo, e o de aceitar o que estar errado porque não dispomos de todas as informações. Portanto, não podemos descontar aquilo que não sabemos, mas precisamos trabalhar com cenários e planos alternativos. Por isso, combato toda forma de absolutismo, particularismo e radicalismo que se intitulam como verdades. Na realidade, essas verdades são inimigas do saber porque necessitam nutrir a ignorância para tirar proveito econômico dela.
A primeira recomendação que faço é para se ter muita paciência, planejar esperando comprar na baixa. Segunda, nunca operar contra a tendência. É bom lembrar de que o viés de alta predomina no mercado de ações. Isto é, as tendências de baixa são mais fracas por causa do viés de alta que puxa os preços para cima.
Terceira, evitar colocar todo dinheiro numa única operação. E quanto maior for o risco, menor deve ser o investimento num determinado ativo. Os ativos estáveis e de menor risco não devem ser operados com a frequência de day trading ou swing trade. Essa prática também não deve ser exercida sob a emoção dos ganhos fáceis. Para aqueles que se interessam, somente uma parcela do capital deve ser empregada em day trading.
Quarta, aqueles que iniciam com opções recomendo primeiro entender bem o conceito e o comportamento delas. Existem muitos livros e cursos que podem ajudar. O certo é que não devemos investir em qualquer negócio sem conhecer bem aquela atividade. Segundo, operar apenas nas compras, ou fazer travas nem que sejam de pequenos spreads para ganhar experiência antes de ser mordido pela alavancagem. Terceiro, evitar operações perto dos vencimentos quando a volatilidade aumenta e as perdas de valor das opções aceleram.
A quinta recomendação é para se trabalhar com gráficos utilizando médias móveis, osciladores ou indicadores “trabalhar com gráficos utilizando médias móveis, osciladores ou indicadores conscientes de que eles ajudam, mas não podem prever o futuro” conscientes de que eles ajudam, mas não podem prever o futuro. Eles são complementos, mas apenas mostram com mais clareza exatamente o que os preços demonstram. Alguns, como o estocástico, ajudam identificar os suportes e as resistências em todos tempos gráficos.
Finalmente, a maior recomendação entre tantas é lembrar de que só existem duas regras importantes no mercado; a primeira é não perder dinheiro, a segunda é ler a primeira! Seja bíblico, combata o bom combate porque a vitória não virá de uma vez, mas em pedaços e de batalha em batalhas!
Professor Metafix
- Negociando Moedas no Intraday - 28/04/2024
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Regina, desconheço qualquer risco em se comprar ações via o BB, ou outro banco qualquer. O Banco só pode sacar da tua conta a quantia que você autorizou. Por outro lado, o risco de se comprar uma ação da Petrobrás é semelhante a de outras ações. Isto é, você compra mas o preço não sobe. E se cair você vai ter prejuízo se vender antes do preço voltar a subir e recuperar teu capital. Boa sorte!
Boa noite professor.Gostaria de saber que riscos a gente corre ao comprar ações da Petrobrás junto ao Banco do Brasil.O funcionário me informou, mas fico pensando se houver uma queda muito grande no mercado de ações e o saldo ficar negativo eu tenho que disponibilizar recursos para repor a perda como num sistema de cooperativa?Favor responder-me via email, ficaria muito agradecida.