Operando Ações Micos

Professor Metafix

No mercado de ações existem controvérsias sobre tudo, mas só existem duas alternativas: ou estamos errados ou estamos certos. Quem decide é o tempo; e a resposta – is blowing in the wind – como diz a música. As técnicas são importantes…

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Operando Micos

“If you cannot do great things, do small things in a great way.”
Napoleon Hill
No mercado de ações existem controvérsias sobre tudo, mas só existem duas alternativas: ou estamos errados ou estamos certos. Quem decide é o tempo; e a resposta – is blowing in the wind – como diz a música. As técnicas são importantes. Elas são como birutas que mudam com a brisa mas mostram a direção dos ventos. As técnicas, os conhecimentos de uma determinada ação e os ciclos dos negócios (mercados) nos ajudam a errar menos e acertar mais.

No último artigo alertei sobre a importância de se conhecer bem os gráficos sem esquecer dos fundamentos. Entretanto, os gráficos são muito mais importantes do que os fundamentos quando estamos lidando com ações de baixo preço, os chamados micos. Os gráficos também tornam-s cada vez mais importantes à medida que a incerteza aumenta, e precisamos aproveitar as oportunidades de curto prazo. Bons investidores rejeitam os micos porque trabalham com uma visão de longo prazo. Estes não precisam nem de gráficos! Entretanto, quem especula para aproveitar a volatilidade do mercado e os movimentos de curtíssimo prazo; os gráficos são importantes, independente da qualidade da ação. Destarte, os micos, no curto prazo, podem oferecer boas oportunidades desde que apresentem bom volume de negócio.

Temos que aceitar os ditames do mercado. O problema é se adaptar às incessantes mudanças, e se preparar para aproveitar essas oportunidades. Isto requer uma boa dose de realismo. Não podemos esquecer de que se erramos comprando ações boas, imaginem o que pode acontecer com ações ruins. Portanto, é preciso se preparar bem para evitar os revés de curto prazo quando operando esse tipo de ação.

É óbvio que em toda compra pagamos um preço que imaginamos estar abaixo do valor e, em toda venda, pegamos um preço que achamos estar acima. Lidamos com probabilidade, e ela mostra que o valor de uma ação barata deve ser menor do que o preço. Mesmo assim operamos elas porque ganhamos com as mudanças de preço.

Infelizmente, quem nunca viveu de negócios precisa de uma transformação radical pra poder operar isso tipo de produto. E todos devem aprender compra valor e vender preço. Infelizmente na euforia os preços ultrapassam os valores! E em tendência de baixa, os valores ficam acima dos preços! Intuitivamente, isso confunde o especulador, mas o que interessa é o diferencial de preço. E nesse sentido, os micos podem oferecer boas oportunidades de negócios.

No último artigo dessa série, lembrei o leitor da importância dos gráficos e dos fundamentos para analisar ações. Em qualquer situação, quanto mais fracos forem os fundamentos mais importantes se tornam os gráficos. Na falta de perspectivas de longo prazo, os gráficos preenchem uma lacuna enorme porque permitem se aproveitar, sem muita dificuldade, dos movimentos de preço no curto prazo independente do valor da ação. Isto é, ninguém que joga no curtíssimo prazo vai se preocupar com valor ou fundamentos, o importante são as mudanças de preço!

Indubitavelmente, podem existir boas companhias com fraco desempenho. Estas podem até piorar enquanto os micos melhoram, mas nunca deve-se apostar baseando-se em possibilidades. O que interessa sempre são as probabilidades, mesmo quando a nossa intuição nos acusa de covardia. Por outro lado, podem existir ações baratas e boas, e ações caras e ruins. Isto não é uma regra. Entretanto, é muito mais fácil encontrar ações baratas porque são ruins do que ações caras porque são boas. Infelizmente não negociamos porque o produto é ruim ou bom, mas porque tem uma boa chance de produzir lucro.

Apesar dessa simples constatação, muitos investidores se apaixonam por ações baratas ignorando a sabedoria do mercado. E quando se dão bem, por força lotérica, o equívoco se transforma numa regra que leva muitos a bancarrota. Aqueles que ainda não dominam as técnicas podem se dar muito bem no mercado de ações, desde que se concentrem em ações com potencial de crescimento, e evitem aquelas que são baratas, mas desprovidas de outras qualificações importantes. Sem desmerecer o que foi dito, não é pecado, para quem entende bem de análise gráfica, se aproveitar da volatilidade dos micos.

Comprar ações baratas dá a sensação de poder. Elas são atraentes porque são baratas e os preços variam muito. É mais fácil o preço de uma ação barata dobrar, dentro de um período de tempo, do que uma ação cara. Por outro lado, não devemos esquecer também, de que é muito mais fácil para o preço de uma ação barata cair cinquenta por cento do que de uma ação cara cair pela metade. Por exemplo, analisem os preços da kepl3, ecod3, milk11 e outras mais. Façam as contas e fujam dos micos se não estiverem preparados, dispostos a operar no curto prazo e assumir riscos da volatilidade

Antes de comprar uma ação barata examine o por quê. Se o mercado diz que ela não vale mais é porque deve haver algum motivo para valer menos. Mesmo assim, elas podem variar muito no curto prazo, dando bons lucros para quem está preparado. Operar micros simplifica nosso trabalho; não temos porque se preocupar com fundamentos, que elas não tem. Mas não se iludam. É necessário muita força de vontade para evitar o canto da sereia. Faça como Odisseu, se não conseguir se amarrar em alguma coluna prenda a vontade em algum lugar seguro!

Aqui nos Estados Unidos existe uma rede de informantes aconselhando as pessoas a comprarem as chamadas, penny stocks, os micos desse mercado. Não faltam exemplos de ações que subiram muito e deixaram alguns privilegiados ricos. O efeito lotérico é fantástico; mas os arautos da fortuna só apresentam os ganhadores e nunca os perdedores.

A pergunta que merece ser feita é a seguinte: Se existem tantas ações boas por que negociar com ações ruins? A lógica da pergunta é implacável, mas o especulador é uma espécie indomável. Ele gosta de especular sem pensar na gravidez que vem depois.

É interessante que, para cobrir a inércia pessoal, alguns e outros mais juram de pés juntos que os gráficos não ajudam em nada. E ainda tem aqueles que rejeitam por completo os fundamentos. Eles alegam que os gráficos são suficientes para explicar o mercado. É bem verdade, mas falta um detalhe: os gráficos espelham uma realidade passada, e o que interessa é o futuro. O futuro dos micos dura pouco! Quanto mais próximo do passado (curto e curtíssimo prazo) e mais distante do futuro, mais importante são os gráficos para analisar dos micos.

Por fim, resta desta floresta uma importante lição. Podemos acertar muito mais ou errar muito menos, quando respeitamos os indicadores, os gráficos, os fundamentos – dados contábeis das empresas e a sabedoria do mercado. Desconfie do que é barato e não acredite naquilo que é caro. Navegar é preciso! Boa sorte!

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