O jeito certo e o errado de operar ativos

Professor Metafix

Aproveito um ditado em inglês que diz: Há dois jeitos de se fazer as coisas; o certo e, o errado. Vamos resumir a forma que considero certa, embora seja meu jeito, de se operar bem, no mercado financeiro. Isto é, operar bem não se trata apenas de escolher um produto de qualidade, exige também acompanhar os preços que variam ao longo do tempo; e de ter disciplina para operar no momento indicado pelos números. Não temos muito a dizer sobre o segundo caso, pois se trata de comportamento individual de quem opera. Todavia, é importante traçar algumas considerações sobre o método correto de se operar ativos financeiros, especificamente aqueles que exigem o uso de gráficos. Atualmente, as plataformas de operação mostram a variação de preço em qualquer período escolhido para medir a variação do preço, que seja em minutos ou em meses. 

Charles Dow, lá pelos idos de 1890, apresentou uma teoria sobre a evolução dos preços das ações. De lá pra cá, os métodos podem ter mudado, mas os ativos continuam a variar do mesmo jeito. A variação obedece às forças da oferta e da procura, e corroboram com a ideia de Dow de que os preços aumentam e diminuem formando tendências. É importante notar que a lei da oferta e da procura também é muito parecida com a segunda lei da termodinâmica que diz que para qualquer ação existe uma reação. Quando, por exemplo, a oferta move numa direção, a demanda reage movendo os preços em direção contrária, O mesmo acontece quando uma mudança é iniciada pela demanda. Essas alterações podem ser lentas, rápidas ou graduais. O fato é que os preços de todos bens e ativos, que sejam bons ou ruins, movem-se fazendo zig-zague e formando ondas e tendências de alta e baixa.

Destarte, para se aproveitar melhor e corretamente os sinais é importante observar a direção dos preços e nunca operar contra a tendência. Por exemplo, se a tendência das mudanças de preço for de alta, devemos aproveitar as variações menores, ou inflexões de preço, para comprar na baixa e vender na alta. Quando a tendência for de baixa, vende-se na alta, e compra-se na baixa. Assim, a regra é sempre a mesma; comprar na baixa e vender na alta, como faríamos em qualquer negócio. O problema, com esse sábio conselho, é operar se antecipando a continuidade das mudanças e entender quando uma tendência ou movimento começa e termina. Essa é a pergunta fundamental! Começo, meio e fim são perguntas fundamentais no acompanhamento das ondas que a variação de preço forma, pois nem sempre podemos pegar a mudança desde o início.

Nesse mister, existem dois problemas, que podemos resolver com ajuda de osciladores disponíveis nas plataformas de operação. Com esses instrumentos, podemos identificar o começo, a continuidade e o fim de uma tendência e, quando houver dúvidas, não hesite, mude o intervalo de observação, por exemplo, passando de um gráfico diário para um de  horas ou minutos. Quando se observa as mudanças com medidas mais curtas, veremos com mais clareza os fundos e os topos que se formam ao longo da tendência formada com medidas mais longas; quando precisamos ver melhor a direção geral dos preços mudamos para medidas maiores. Isto é, um gráfico de sessenta minutos, por exemplo, mostra com mais clareza as inflexões dos preços; e um gráfico de medidas maiores mostra melhor a tendência. Isto é, precisamos ficar atentos para as variações de curto prazo e de longo prazo.

Todavia, quando mudamos o gráfico, de uma medida de observação longa, para medidas menores, por exemplo, gráfico diário, para meia hora, podem surgir novas tendências de duração menores. Isto é, podemos acompanhar a evolução dos preços com um gráfico de medições longas, como diárias, semanal e mensal, ou com medições menores de horas e minutos. Todas as vezes que mudamos de um tamanho específico para outro, a coreografia das variações se altera, mas o formato de tendências e de ondas é constante. Assim, todos os períodos do gráficos mostram ondas em tendência. 

A dificuldade é que um movimento diário pode mostrar os preços apenas subindo, mas com um gráfico de meia hora, o preço pode estar subindo ou descendo. Isto porque quanto menor for a medição, maior será o número de inflexões que podemos aproveitar para lucrar. Todavia, não há nada confuso nisso, mas precisamos lembrar de que, um gráfico diário mostra a mudança que ocorre de um dia para outro, e o gráfico de uma hora representa mudanças que ocorrem apenas de hora em hora, e um de minutos muda de minuto a minuto.

As plataformas de operações ajudam milagrosamente a evitar erros grosseiros com essas mudanças. Com elas, podemos transformar um movimento, que nem tem cara de tendência, em tendência com vários movimentos. Essa mudança, além de esclarecer melhor a direção dos preços, aumenta as oportunidades de se operar com mais frequência. Quanto mais se negocia, mas evitamos as perdas relacionadas às retrações de preço que naturalmente ocorrem ao longo do tempo. Podemos fazer isso, desdobrando os movimentos de medidas longas em movimentos de medidas menores. As plataformas funcionam como microscópio que permite ver os menores detalhes das variações de qualquer preço de qualquer ativo.

Na época de Charles Dow, os gráficos eram diários, e não era possível observar tendências de períodos mais curtos, como as de horas e de minutos. Atualmente, podemos transformar um período curto de um dia, por exemplo, num gráfico de horas ou de minutos. Destarte, um gráfico de apenas um movimento pode se transformar numa tendência com várias ondas de preço. Assim, podemos sempre obedecer a regra de não se operar contra a tendência, apenas mudando a duração da tendência. Em se mudar os gráficos para períodos menores, somos surpreendidos com as mudanças que se escondem no gráfico de intervalos maiores! Por isso, precisamos praticar essa arte de alinhamento para ser bem sucedido. Quando praticamos o alinhamento, evitamos comprar nas divergências entre períodos curtos e longos. Um aumento de preço visto num período curto de 5 minutos, por exemplo, pode ser insignificante num gráfico de período longo. Destarte, o preço pode parecer estar caindo num período curto, e subindo num período longo. 

Felizmente, para nossa surpresa, os osciladores acompanham muito bem a movimentação de preço e, com eles, podemos eliminar as divergências. Com os osciladores podemos ver quando uma tendência de alta começa e quando termina. Isto é, os osciladores mostram o começo e o fim dos movimentos. Os pontos baixos são, comumente, chamados de suporte, e os pontos altos chamamos de resistência. Quando olhamos para uma resistência ou um suporte num período longo, percebemos inflexões tímidas, mas quando desdobramos os gráficos, é possível ver boas oportunidades de negócios e curto prazo pois, essas inflexões são, na realidade, movimentos de alta e baixa, quando vistas com medições menores. 

Destarte, podemos ver com precisão idílica quando um movimento vai começar a subir para formar um movimento de alta e quando ele vai começar a cair para formar uma tendência de baixa. Para isso, podemos usar um oscilador numa segunda janela na parte inferior do gráfico. Voilá, matamos a charada com simples manipulação dos gráficos e sem ajuda dos chamados indicadores, como médias e outras inutilidades apregoadas por alguns operadores desavisados. 

Vejamos na prática, como isso acontece; ao desmembrar um movimento dentro de uma tendência num período gráfico, geramos uma nova tendência representando novos movimentos de preço. Assim, podemos transformar um movimento de alguns dias em uma tendência de muitas horas ou, até mesmo, de minutos. Como a regra é operar com a tendência, podemos gerar oportunidades para negociar sem errar desde que obedecermos as tendências com medições menores. Por exemplo, uma tendência diária tem vários movimentos de meia hora. E um movimento de meia hora, por exemplo, pode se transformar numa tendência quando visto com movimentos de 2 minutos. Assim, podemos obedecer a regra de Dow para não se operar contra tendência, desde que, estejamos disposto a operar mais vezes, acompanhando as mudanças com períodos mais curtos. Essa é uma maneira simples de se operar sem usar velas, médias móveis e outros indicadores. Infelizmente, alguns traders que, em vez de ver o cavalo puxando a charrete apostam na charrete empurrando o cavalo! 

Destarte, a melhor alternativa de todas, é usar osciladores, que são médias modificadas, para mostrar os limites das oscilações; e alinhar movimentos curtos com a tendência ou movimentos com medidas mais longas. Essa alternativa é simples de se usar e de se entender. Os osciladores mostram quando um movimento de preço começa e termina. Os gráficos de medidas longas mostram melhor a direção dos preços, e os gráficos de medidas curtas servem melhor para mostrar os pontos de entrada e saída e quanto tempo devemos segurar uma posição. Assim, só erra quem desobedece as indicações gráficas ou não fizer o trabalho de casa, que consiste em desdobrar os gráficos e comprar nos suportes indicados pelos osciladores. 

Em resumo, use um oscilador para mostrar o começo e o fim de um movimento, use as medidas longas, como gráficos de dias e de semanas, para mostrar a direção dos preços, e utilize os suportes e resistências dos movimentos curtos, de horas e minutos, para entrar e sair. Sempre operar com movimentos menores que estão congruentes com os maiores. Este alinhamento é indispensável.


Veja no gráfico acima, a relação entre um único movimento de queda, num gráfico diário e num gráfico de uma hora. Os intervalos são idênticos, mas no gráfico da esquerda traçou-se com medidas de um dia, no gráfico da direita se usou medidas de uma hora. Na esquerda vemos apenas um movimento de queda, quase em linha reta, e na direita temos vários movimentos de queda seguidos de retração para compor a tendência. O operador esperto pode vender essa ação várias vezes, se quiser, para evitar as perdas das retrações de alta que naturalmente ocorrem numa tendência de queda e, assim, evita prejuízo. Note que apesar de haver boas retrações de alta, nesse exemplo, deve-se evitar as compras enquanto a tendência for de queda. Boa Sorte!

Prof. Metafix, Brasília

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