A Crise Continua

Professor Metafix 1

Os governantes das principais economias, por razões políticas, ainda teimam e sonham com um fim benigno da crise que já perdura por mais de 4 anos. Enquanto isso, a maioria dos investidores continua frustrada com a indefinição do mercado de ações. Os que tiveram sucesso com esse tipo de investimento…

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A Crise Continua

             Os governantes das principais economias, por razões políticas, ainda teimam e sonham com um fim benigno da crise que já perdura por mais de 4 anos. Enquanto isso, a maioria dos investidores continua frustrada com a indefinição do mercado de ações. Os que tiveram sucesso com esse tipo de investimento, no passado, são os mais aflitos e decepcionados. Alguns tentam salvar as perdas e aumentar os ganhos jogando a sorte no intraday, outros ainda compram ações se aproveitando dos pequenos aumentos que representam pouco, apenas retrações passageiras contra a tendência principal. Estes se precipitam, jogam, e perdem em seguida. Os mais espertos que possuem ações, se protegem comprando puts ou vendendo calls. Estes formam uma minoria, pois muitos outros ainda se protegem aplicando em renda fixa, ou aguentam com dignidade as perdas acumuladas na esperança que o mercado devolva o que devorou na crise.

            Enquanto isso, a indefinição dos governantes também continua. Os políticos preferem a implantação de medidas que protejam os credores, embora aos poucos sejam obrigados, a diminuir os juros e aumentar a quantidade de moeda em circulação. Medidas que, sem dúvida, provocarão um perdão de dívidas de forma indireta via a inflação pois, esta corroí o valor do crédito e dos recebíveis. Infelizmente, diante da inércia administrativa, a inflação, que sempre foi problema, vai aos poucos se transformando numa solução a revelia do desejo dos economistas de plantão no governo. Essa perspectiva empurra muitos investidores para instrumentos de renda fixa. Infelizmente, o retorno nessas aplicações não cobrem nem a inflação nos patamares atuais.

            Para aumentar nossa consciência do problema, tentarei, de forma muito simples, mostrar que enquanto o endividamento continuar nos patamares atuais, as economias não voltarão a crescer e os investidores em ação sofrerão as consequência dessa indefinição até que a crise termine ou continue de forma menos agressiva. Isto só vai acontecer com a diminuição do endividamento, tanto público como privado.

            Apesar do problema ser bastante simples, a solução é de longe muito mais complexa. Vejam bem, o problema das economias é de como induzir as pessoas, governo e empresas a consumir e investir mais para dar evasão a enorme capacidade que os sistemas tem para produzir. A única forma que temos para incentivar gastos é via empréstimos, diminuindo os juros e incentivando o credito. O problema é que, depois de uma onda de crédito fácil, os devedores tem que saldar as dívidas.

            Ora, se inicialmente, o que fez a economia crescer foi o incentivo ao consumo, fica claro que, na segunda fase, quando deve-se pagar a dívida, que só é possível via uma redução da demanda, a economia desacelera; o crescimento diminui e aumenta o desemprego. Essa dose dupla é fatal para derrubar governos e substituir políticos obtusos no comando da economia que não podem fazer nada pelos acionistas.

            A solução alternativa para a crise seria o perdão da dívida e a criação de um novo ciclo de consumo. Mas os credores jamais aceitariam essa solução. Enquanto isso os acionistas terão que aplicar metodologias mais refinadas na administração de seus ativos.

            Por outro lado, enquanto a economia não cresce, os governantes no poder terão que ceder lugar a outros que se dizem mais competente. Infelizmente, esses, uma vez no poder, terão que seguir a mesma trajetória, embora com pequenos ajustes, tentando provar que são diferentes. Os devedores tem que apertar o cinto, pagar o que deve e se esquivar do consumo.

            A maioria dos governantes, que estava no poder no estouro da crise, já foi demitida, exceto em alguns países mais ricos, onde a renda é melhor distribuída. A troca de governos permite que pequenos ajustes sejam feitos para apaziguar os ânimos da massa insatisfeita com os políticos. Entretanto, estes, ao se conscientizarem de que não tem soluções a altura do problema, provocam indiretamente uma inflação para que uma parte dos empréstimos seja anulada de forma camuflada via a corrosão da dívida.

            Os investidores em bolsa não podem fugir desse “cul de sac” sem administrar bem seus ativos. Deixar todos os recursos aplicados em renda fixa seria a forma mas segura, porém ninguém recuperará aquela parte que será corroída pela inflação.

            Outra alternativa seria dividir os recursos como se faz com o gado quando a pastagem é fraca. Uma parte em renda fixa dá estabilidade ao portfólio; outra parte seria a compra e recompra de ações de qualidade que podem esperar pelo fim da crise para recuperar seus valores. A outra seria, colocar uma pequena parcela dos recursos em instrumentos de curto prazo. Não necessariamente em day trading, mas aproveitar as pequenas ondas que se repetem intermitentemente.

            Entretanto, mesmo no aproveitamento dos pequenos movimentos, uma boa metodologia é indispensável. A disciplina e o auto controle ajudariam aqueles que conseguirem separar a lógica da emoção com alguma estratégia congruente com os movimentos de preços.

Boa sorte !
Prof. Metafix

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