Administrando as Jogadas com Análise Técnica

Professor Metafix

Homens pragmáticos, que se consideram
Isentos de influências intelectuais, terminam 
escravos de algum economista defunto, 
J. M. Keynes

Quando estava terminando meu mestrado na Universidade de Wisconsin, em 1969, li um artigo de Charles Lindblom, intitulado, The Art of Muddling Through. Nunca esqueci desse artigo porque não entendi nada quando li a primeira vez. Lindblom discutia as dificuldades de se tomar decisões na administração pública onde há conflitos de objetivos. Ora, sabemos que na maioria das decisões existem conflitos de objetivos. 

A característica principal no mercado financeiro é o conflito entre os preços que ora sobem, ora descem dependendo do período gráfico que escolhemos para observar as ondulações. Os intervalos longos escondem as dobras e inflexões de preço que podem ser boas oportunidades para se ganhar dinheiro no curto prazo. Por outro lado, os gráficos de curta duração dão uma visão muito restrita da tendência maior. Certo é que os conflitos, como tenho insistido, devem ser conciliados para evitar prejuízos nas nossas jogadas.

A solução sugerida por Lindblom era decidir por aproximação numa abordagem incremental. Alguém que já tentou construir uma árvore do paradoxo de Monte Carlo, vai compreender o dilema que deparamos na hora de comprar ou vender um ativo. Só existem duas alternativas, comprar ou vender, mas o caminho para chegarmos a essa simples conclusão é cheio de armadilhas randômicas e psicológicas. A solução mais simples é alinhar os gráficos.

Em ações, precisamos seguir todas possíveis variações que vão dos minutos a horas e dias para entender a direção do preço. Esse acompanhamento é essencial para facilitar jogadas curtas e longas. Nem todos investidores estão dispostos a operar com aplicações de longo prazo e precisam de alternativas que só o alinhamento dos intervalos pode oferecer no curto prazo. 

Para identificar melhor a força do mercado, podemos iniciar a análise examinando a direção do preço num gráfico de curta duração e depois num gráfico de intervalo mais longo. Mas também podemos partir do maior para o menor. A direção da análise não altera o reconhecimento do alinhamento. Não precisamos da ciência para entender que é melhor trabalhar com forças convergentes do que com divergências de forças.

Não existem maneiras mais simples do que analisar o movimento dos preços em dois ou mais intervalos de tempo para confirmar a tendência das forças nos intervalos escolhidos. Essa é uma maneira prática e de bom senso para decidir se devemos comprar, vender ou aguardar a congruência das forças que afetam o preço. Infelizmente, não conhecemos as causas das mudanças, apenas vemos seus efeitos pelo comportamento dos preços espelhados nos gráficos.  Portanto, precisamos juntar os gráficos de diferentes intervalos para não errar operando contra a tendência. Boa Sorte!

Prof. Metafix, Wisconsin, 15 de novembro de 2021

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