Cuidados estratégicos simples que poupam dor de cabeça para operadores

Guilherme da Luz

Alguns fundamentos importantes precedem qualquer análise técnica e evitam “lances geniais”

Fonte: Pixabay

A atual conjuntura econômica no mundo é tudo menos comum. As taxas de juros básicas negativas até poucos anos atrás eram peculiaridades da Suíça e do Japão. Hoje, os Estados Unidos zeraram os juros, e no Brasil eles chegaram ao bizarro patamar de 2% ao ano.

As taxas de juros fazem os investidores repensarem dez vezes como proceder diante da incerteza – especialmente os iniciantes.

Infelizmente, muitas pessoas entram no mercado financeiro encarando-o como um jogo, investindo dinheiro que não tem ou economias de uma vida, sem a devida informação prévia.

Neste artigo, apresentamos aspectos que antecedem o conhecimento técnico, mas que nem sempre são avaliados por novos operadores.

Propósito

Numa era de coaches e especialistas em vender autoajuda para a vida alheia, o termo “propósito” tornou-se uma palavra da moda. No entanto, esse valor é muito mais do que um chavão: ele reflete a capacidade individual de saber o que é bom para si.

Felizmente, no ponto de vista financeiro, não precisamos de muitos rodeios para chegar ao propósito. Todo mundo tem planos pessoais, mas os principais objetivos de quem se interessa em fazer aplicações financeiras são preservar patrimônio ou ampliar patrimônio.

Preservar patrimônio é um objetivo geralmente atingido por meio de aplicações mais conservadoras. Para ampliar o patrimônio, os investimentos tendem a ser mais arriscados: a perspectiva de lucrar está ligada à possibilidade de tomar risco.

Para definir o propósito de investimento, você pode se perguntar:

  • Quais são meus planos pessoais ou familiares para um futuro próximo?
  • Quanto dinheiro consigo dedicar regularmente à atividade financeira?
  • Sou capaz de tomar risco com investimentos sem comprometer minha vida?
  • Se sou capaz de me arriscar, com qual perda posso arcar? Que valor?

Uma vez definido o propósito, é possível pensar nos tipos de ativos financeiros e na estratégia de investimento.

Ativos e estratégia

A definição do propósito, no fundo, ajuda a definir uma meta de investimentos e a maneira de atingi-la. Quanto maior o lucro ambicionado, maior será o risco tomado e menor será o “conforto” das operações.

Por via de regra, os ativos de renda variável são voltados ao tomador de risco e os de renda fixa são preferidos pelos investidores conservadores. 

“Renda variável” é o nome dado aos ativos financeiros que são comercializados a preços que oscilam bastante em um curto período de tempo – portanto, rendendo resultados variáveis ao comprador ou vendedor. A renda fixa oferece justamente o oposto: pouca variação num curto período. 

Dentro da renda variável, existem muitos ativos. Podemos citar alguns deles:

  • Ações
  • Fundos de investimentos acionários
  • Fundos de investimentos imobiliários
  • Fundos de investimentos cambiais
  • ETFs
  • Mercado futuro – opções e derivativos

Na renda fixa, as principais alternativas são:

  • CDBs
  • Dívidas empresariais (debêntures)
  • LCA
  • LCI
  • Papeis de dívida pública (lastreados na taxa de juros ou de inflação)

Segurança e confiança

Muita gente se esforça para estudar seriamente estratégias e métodos de investimentos, análises gráfica e fundamentalista, mas acaba deixando de lado outros aspectos que são o “arroz com feijão” da atividade.

A análise da corretora é algo muito importante, muitas vezes relevado. Mesmo com sites como Trading no Brasil, analisando corretoras e plataformas de operações, muita gente se deixa levar pelas propagandas, por um desenho bonito de aplicativo ou pelo carisma de algum “influenciador” na hora de escolher uma corretora para operar.

O primeiro aspecto para analisar uma boa corretora ou plataforma de operação são as taxas.

Cada ativo financeiro tem cobranças diferentes. Fundos de investimentos têm taxa de administração. Já o custo da compra de uma única ação envolve:

  • O valor da ação
  • Custo da ordem (compra ou venda)
  • Custo de custódia
  • Custo de liquidação
  • Emolumentos
  • Impostos – retido na fonte para qualquer ganho e sobre transações superiores a R$20 mil

Quanto a corretora cobra por cada um desses custos? É preciso pagar anuidade pela conta na corretora? Ela cobra pelo uso da plataforma de operações? Ou cobra sobre a plataforma gráfica? Responder a essas questões ajuda a decidir pela corretora correta. Muitas delas são escolhas mais adequadas para algum tipo de ativo ou fundo de investimento do que outra, inclusive.

Em segundo lugar, segurança é fundamental no mundo digital. Vale a pena pesquisar quem desenvolve as plataformas de operação da corretora que se analisa, e como funciona a segurança digital – se tem certificados de segurança atualizados, por exemplo.

Essas precauções precisam ser redobradas no caso de quem pretende buscar lucros nos mercados de criptomoedas, opções binárias e câmbio. Essas três categorias de investimentos carecem de regulação ou são reguladas por entes estrangeiros. 

Essas condições atípicas de investimento potencializam o risco de fraudes ou de operar de maneira indevida. Portanto, informação nunca é demais antes de escolher uma corretora ou plataforma – chorar não traz dinheiro perdido de volta…

Guilherme da Luz
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