Fundamentos ou Gráficos (Análise Técnica)?
“Não sejam de todos inocentes
Corrijam os modos apressados
E não deixem que erros passados
Acumulem prejuízos presentes” Segundo os físicos, entropia ou o nível de desordem cósmica tende aumentar com o crescimento do universo. A desordem natural também aumenta nas organizações sociais à medida que elas crescem. E a volatilidade dos preços, tal qual a entropia cósmica, tende a aumentar com o mercado, mesmo em tempos difíceis. Cada dia mudamos de posição. Passamos de investidores para especuladores para aproveitar os ganhos de curto prazo provocados pelas oscilações dos preços. Seria necessário também mudar nosso comportamento e ajustar os métodos, as técnicas e estratégias para operar ações com mais segurança.
Reconheço que a dificuldade não reside somente na escolha ou na combinação de meios para entender o que fazer mas, acima de tudo, numa transformação pessoal necessária para se operar com sucesso. A maioria que entra no mercado não tem experiência em negócios e tenta impor a estampa pessoal nas decisões como se ela fosse igual em qualquer esfera da atividade humana. Mas precisamos mudar. O mercado tem regras e modos diferentes de outros setores da economia. Somos servos das forças de oferta e procura e, estamos sujeitos às incertezas.
É necessário entender o mercado e reconhecer que nenhum ativo se distancia por muito tempo do nível de crescimento da economia. No longo prazo se ganha pouco com ações. Os lucros maiores vem quando administramos uma carteira alterando os ativos para seguir o ritmo do mercado.
Infelizmente, a coisa não é tão simples e quem opera tem dois problemas bastante difíceis: Primeiro, como identificar os ativos que podem produzir lucros extraordinários no curto prazo; segundo, uma vez identificados, como prevê quando o ativo ou setor vai expandir mais rápido do que os outros. Ameniza-se o primeiro problema examinando os fundamentos do ativo. O segundo pode ser feito analisando as ações graficamente. Apesar de imperfeita, essa combinação é a melhor que conhecemos por enquanto.
Sabemos que pela lei de entropia, a desordem aumenta mas os conhecimentos pra resolvê-los também crescem. Entre os gráficos e os fundamentos fica o operador que decide tudo. Por exemplo, com os gráficos podemos operar até ações baratas. Isto deve ser feito por alguns minutos ou horas, mas não é o que acontece. Tem gente afoita que compra um mico e espera que ele va se comportar como um animal doméstico. Por outro lado, tem conservador que procura amenizar as inquietações pessoais investindo em ações de empresas maiores e mais sólidas sem verificar o desempenho do preço.
O mercado de ações já foi bem mais simples; existiam poucas ações, o controle da economia era maior e os micos não tinham vez. Atualmente a desordem é maior e as coisas são mais complexas porém temos mais recursos para administrá-las. Precisamos observar os fundamentos, trabalhar com gráficos e se comportar como pessoas de negócios. É necessário abandonar essa bobagem de que os gráficos são suficientes para fazer nosso trabalho corretamente. Não existem conhecimento ruins ou ignorância boa, mas decisões inapropriadas à prática de se negociar com ações e outros ativos pode resultar em falência.
Também precisamos agir de forma lógica sem nem imaginar que o desempenho passado se refletirá no futuro. Não temos desculpas, pois sabemos que a ignorância sai bem mais cara do que o saber. Destarte, não é complicado combinar os dados fundamentais com os recursos gráficos.
Os gráficos mostram claramente que as oscilações de preços são enormes e desprovidas de qualquer elo significante com a qualidade da empresas. Tanto variam os preços de ações boas como de ações ruins. Entretanto, é ledo engano abandonar a necessidade de se usar os fundamentos. Eles são a base de orientação para os investimentos. Não faz sentido considerar somente os gráficos como se a qualidade do ativo não tivesse nenhuma importância.
Os fundamentos, apesar de serem muito mais complexos, são indispensáveis para se escolher uma ação. E os gráficos são fundamentais para se decidir quando devemos comprar uma ação. Dito isto, poderia encerra meu argumento aqui, mas insisto enquanto existir teimosos que ignoram a força dos fundamentos ou se encantam com a beleza dos gráficos. Nada de emoção camarada! Apenas quero dizer que não adianta ter boas técnicas se não as empregamos corretamente.
Vejam bem, podem existir ações baratas e boas, e ações caras e ruins. Isto não é uma regra. Entretanto, é muito mais fácil encontrar ações baratas porque são ruins do que ações caras porque são boas. Apesar dessa simples constatação, muitos investidores se apaixonam por ações baratas ignorando a sabedoria do mercado. E quando se dão bem, por força lotérica, o equívoco se transforma numa regra que leva muitos a bancarrota. É importante se concentrar em ações com potencial de crescimento e evitar aquelas que são baratas e desprovidas de outras qualificações importantes.
Comprar ações de menor valor, ou os chamados micos, dá a sensação de poder. A escolha matemática empurra os novatos para essas ações porque o preço delas varia muito mais. É verdade que é mais fácil o preço de uma ação barata dobrar, dentro de um período de tempo, do que aquele de uma ação cara. Por outro lado, não devemos esquecer também de que é muito mais fácil para o preço de uma ação barata cair pela metade do que de uma ação cara no mesmo período de tempo. Por exemplo, analisem os preços da kepl3, ecod3, milk11 e outras mais. Façam as contas e fujam dos micos. Antes de comprar uma ação barata examine o por quê. Se o mercado diz que ela não vale mais é porque deve haver algum motivo para valer menos.
Aqui nos Estados Unidos existe uma rede de informantes aconselhando as pessoas a comprarem as chamadas, penny stocks, os micos desse mercado. Não faltam exemplos de ações que subiram muito e deixaram alguns privilegiados ricos. O efeito lotérico é fantástico; os arautos da fortuna só apresentam os ganhadores e escondem os perdedores.
A pergunta que merece ser feita é a seguinte: Se existem tantas ações boas por que negociar com ações ruins? A lógica da pergunta é implacável, mas o especulador é uma espécie indomável. É gotoso especular sem pensar, o problema é a gravidez que vem depois.
É interessante que, para cobrir a inércia pessoal, alguns e outros mais juram de pés juntos que os gráficos não ajudam em nada. E ainda tem aqueles que rejeitam por completo os fundamentos alegando que os gráficos são suficientes. É bem verdade, mas falta um detalhe: os gráficos espelham uma realidade passada, e o que interessa é o futuro. Parece que o bom senso não é bom pra muita gente, pois podemos acertar muito mais ou errar muito menos quando respeitamos os indicadores como os gráficos, os fundamentos – dados contábeis das empresas e a sabedoria do mercado.
Boa sorte!
Professor Metafix
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muito bom.