Aproveitando as Correlações

Professor Metafix 3

O mercado está cheio de surpresas e sempre estamos procurando meios ou métodos para operar com menos riscos. Sabemos, por exemplo, que mudanças em outros mercados influenciam o mercado brasileiro. Isto porque existe uma correlação positiva de longo e médio prazo entre todos os mercados. Entretanto, há desvios de curto prazo que violam essa regra…

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Aproveitando as Correlações

            O mercado está cheio de surpresas e sempre estamos procurando meios ou métodos para operar com menos riscos. Sabemos, por exemplo, que mudanças em outros mercados influenciam o mercado brasileiro. Isto porque existe uma correlação positiva de longo e médio prazo entre todos os mercados. Entretanto, há desvios de curto prazo que violam essa regra. Embora essas mudanças sejam alvissareiras ficamos decepcionados quando isso acontece porque esperamos um alinhamento entre os mercados.

        É recomendável rejeitar a correlação entre ativos quando queremos evitar o risco da diversificação, todavia ela é abastante aceitável quando desejamos trabalhar com pares que se movem na mesma direção. Reconhecendo que os preços dos ativos se movem juntos, podemos nos proteger comprando um ativo e vendendo outro, simultaneamente, quando há quebra da correlação.

        Os desvios, muitas vezes, produzem lucros bastantes razoáveis. Assim, essa prática traz três vantagens: obter lucros nem que sejam pequenos em todas jogadas; a de se proteger contra as perdas nas operações erradas e diminuir o efeito psicológico de operações mal feitas. Essa prática funciona como se fosse uma trava tal qual praticamos com opções, porém com mais sucesso e menos risco de sair com prejuízo.

         Infelizmente, temos pouca informação sobre a correlação entre ações e como aproveitá-la. Por outro lado, o mercado futuro oferece muitas oportunidades difíceis de se encontrar entre as ações. Além disso, no mercado de ação, precisamos de um aporte de capital bem maior para operar porque a maioria das corretoras não oferece alavancagem.

         Já testei a relação entre alguns produtos no mercado futuro, de moedas e índices. Como esses produtos são bastante alavancados, eles vem se tornando bastante atraentes para os novatos que desejam operar com pouco dinheiro. Operar com esses produtos dá bons lucros no curto prazo e, consequentemente, também dá mais tranquilidade para os impacientes e aos que tem aversão ao risco.

           Por exemplo, de vez em quando, para diminuir o tédio da espera, opero o índice futuro da NASDAQ, o NQ e o índice futuro do SP500, o ES no mercado americano. Compro um e vendo o outro simultaneamente. É comum perder num, mas ganhar no outro o suficiente para cobrir as perdas e sair com   lucro. Às vezes, tenho sorte de ganhar nos dois! Porém, é quase impossível perder porque os indicadores mostram quando entrar e sair da jogada. Assim, consigo tirar entre um e dois por cento por dia quando estou com vontade de operar.

         Aplico a mesma técnica no   mercado futuro de moedas. Porém, o tipo de produto não faz diferença, pode ser café, dólar, milho ou boi gordo. O importante é que sejam bastante correlacionados e que se possa entrar comprando e vendendo sem restrições.

        Portanto, ativos correlacionados oferecem a oportunidade de se fazer travas como se faz em opções. Abre-se uma jogada quando os indicadores mostram que um desvio já se iniciou. E se fecha a operação quando o desvio termina. Os desvios entre dois instrumentos podem ser pequenos mas, às vezes, são bastante amplos e produzem lucros comensurados. Acredito que, guardando as devidas proporções, isso pode ser feito entre algumas ações e o índice futuro da Bovespa. Isto é, desde que haja um programa gráfico que acompanhe a mudança de preço em forma de razão ou taxa entre os dois ativos.

      Para   obter bons resultados, o operador deve entender bem quando entrar e quando e sair da jogada. No caso dos índices mencionados, opero observando a taxa entre nq/es. Quando a taxa entre nq/es está subindo, compro o nq e vendo o es. E, quando estar caindo, opero o contrário. Isto não quer dizer que o es vá cair quando vendo, mas apenas que ele pode subir menos do que o nq. O importante é aproveitar com segurança o desvio ou a diferença entre os dois índices.

      É muito importante lembrar de que apesar de ser bastante seguro operar esses desvios, não aconselho de forma alguma jogar de qualquer jeito. O operador deve esperar pelos desvios, obedecendo a tendencia e respeitando as indicações dos osciladores. É óbvio que precisamos de gráficos que meça a taxa de variação entre os dois ativos. Quando os indicadores (bandas de bollinger e estocástico) mostram que essa taxa estar subindo abro uma posição, como dito. E, quando ela estar caindo, faço uma operação inversa.

      Aproveito para deixar um gráfico da taxa de mudança entre o sp500 mini, código es, e o mini do nasdaq, nq. Note que, quanto mais distante for a taxa da média, maior será o desvio entre esses dois ativos. O gráfico é do programa Prophet.net da TDAmeritrade, onde opero.

Boa sorte!
Prof. Metafix

Professor Metafix
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3 comentaram sobre “Aproveitando as Correlações

  1. Professor, existe algum indicador no metatrader 5 ou 4 para ver essa taxa de mudança? Quando abre ou fecha a divergência.
    Obrigado

  2. Prezado Professor Metafix,

    Acompanho vossos preciosos artigos e o site há cerca de um ano e meio, tendo, inclusive, sanado algumas dúvidas por meio deste canal de comunicação.
    Seria possível um contato mais direto com o senhor, através de email, para que eu lhe expusesse algumas aspirações pessoais, que poderão ou não, ser do vosso interesse ?

    Ficarei honrado se puder tomar conhecimento da minha proposta.

    Obrigado e um abraço.

    Cordialmente,

    Rogério
    (São Paulo, Brasil)

  3. Olá, Professor,
    Há tempos que não nos falamos aqui na vossa página. Eu dei mesmo uma sumida.
    Hoje procurei em seus artigos mas não encontrei nada à respeito, por isso lhe pergunto e sugiro, até, um artigo dedicado ao metal mais popular no conhecimento, porém menos popular em baixo do colchão: o OURO.
    Com base tanto nos graficos e indicadores dos anos que se passaram (realmente não sei quantos anos devemos considerar) e principalmente com base no vosso conhecimento do mercado mundial, para que tendência o senhor poderia arriscar, sem compromisso, naturalmente, um palpite para os próximos cinco, dez, ou quem sabe ate vinte ou trinta anos para o ouro? Vale à pena investir fisicamente nesse metal? Ou ainda ha muito o que cair (pelo gráfico)? E quanto aos papeís “promessas”? São uma opção? São confiáveis até que ponto?

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