Lucrando “Contra a Tendência” no Mercado de Ações
Não pretendo imitar o profeta Jeremias, mas vou iniciar esse artigo com algumas lamentações pois vivemos sob o signo dos extremos e de pouca praticabilidade. Céticos e crédulos predominam no mercado de ações e, para confundir mais, temos ainda aqueles extremados que duvidam pela emoção. Outros acreditam em qualquer coisa e nem despertam o próprio senso crítico que poderia protegê-los dos riscos inesperados. É lamentável que a maioria que aprende a ler os gráficos dos preços fica presa pela imagem e repete o jargão analítico que não indica com clareza quando se deve entrar ou sair de uma operação. Sobram condições subjetivas e falta objetividade. Entretanto, além desse vale brumoso temos um consolo que não podemos esquecer; o sucesso das operações no mercado depende do tempo da compra e da venda, pois só existem dois movimentos que nos interessam, aumento ou diminuição de preço.
“Os gráficos são fundamentais para as operações de curto prazo, pois podemos lucrar, quando os preços sobem e quando eles declinam” Os gráficos são fundamentais para as operações de curto prazo, pois podemos lucrar, quando os preços sobem e quando eles declinam, comprando e vendendo quando estes se alinham com a tendência que estabelecemos como base de operação. O mercado não diz se devemos comprar ou vender. Mas podemos estabelecer as condições de compra e de venda, dentro da lógica do negócio. Assim, podemos eliminar toda subjetividade estabelecendo condições temporais.
Tenho insistido na importância da tendência e do timing nas operações tanto de curto, como de longo prazo porque tenho observado que o sucesso em qualquer negócio depende do momento da decisão. A questão de se negociar bem é entender quando devemos entrar e quando sair de uma operação. É por isso que temos suporte e resistência no começo e no fim de qualquer movimento. Mas a eureca só vai tirar a máscara das dificuldades quando aceitarmos a simplicidade dos movimentos de preço e entender a lógica dos negócios que determina esses pontos de retornos; suporte nos fundos e resistências nos topos.
Quando alguém negocia com qualquer produto, quer seja grãos ou bananas, é pouco produtivo confabular sobre as condições subjetivas, estas não tem fim! Análise do que passou é muito interessante, mas apenas conduz a outras considerações e condicionalidades improdutivas. Precisamos de indicadores concretos para mostrar quando devemos agir e, neste sentido, as plataformas de operação oferecem bons “indicadores”, embora uma média móvel e um oscilador sejam suficientes como mostram os gráficos, abaixo.
Quem opera pensando quando deve entrar ou sair do mercado descobrirá que perde oportunidade todos os dias porque gastou o tempo procurando pontos de entrada. Operar sem saber quando deve entrar e sair do mercado dá nisso, mesmo! Tenho insistido que a questão é determinar os pontos de entrada e saída em vez de procurá-los. Portanto, trata-se de uma questão de tempo – o quando é fundamental.
Quando estamos interessados em operações de curto prazo, não podemos perder tempo, mas aproveitar as oportunidades que surgem esporadicamente, de forma consistente, porém irregular e determinadas pelos movimentos de ação e reação que se encerram em todos os tempos de observação que caracterizam os movimentos de preço. Movimentos diários produzem reações diárias, movimentos de minutos produzem reações em minutos. As tendências são apenas ações prolongadas desses movimentos aleatórios. Uma reação diária ou de um movimento contrário em dias pode ser transformada numa tendência em termos de 30 ou de 15 minutos, por exemplo. Assim, as tendências podem ser definidas em qualquer tempo gráfico desde que o operador aceite operar com mais frequência. Para fazer isso, basta aproveitar um movimento menor que se alinha com um maior.
Dentro de uma tendência podemos ter outros movimentos de alta e baixa quando visto com gráfico menores. Entender essa boneca russa é fundamental para compreender que, dentro tendências de alta, podemos ter movimentos de baixa, e vice versa; isto é, tendências de baixa também produzem movimentos de alta que podem ser aproveitados com sucesso quando transformados em tendência secundária. A tendência secundária é apenas um movimento menor desdobrado com gráficos de tempos menores.
Para uma boa jogada só interessa a congruência dos movimentos maiores com os menores dentro do tempo definido pelo operador. Isso não se descobre perdendo tempo procurando padrões gráficos. Estes podem até ser lindos, mas desparecem como constelações das noites escuras perante a incandescência do sol. O segredo do sucesso é aproveitar os movimentos menores que são congruentes ou alinhados com os movimentos maiores. O importante é saber que movimentos de alta e baixa existem dentro qualquer período. O tempo apenas limita a amplitude desses movimentos.
Aproveito para apresentar dois jogos de gráficos; um para ilustrar operações de venda em tendência de alta e outro de compra em tendência de queda, gráfico um e dois (abaixo) respectivamente. Isto mesmo, operar contra a tendência, porém obedecendo uma tendência menor dentro da maior. Não aspiro a fogueira do iconoclastismo, mas é importante entender porque só podemos operar com mais frequência e com mais segurança quando obedecemos as indicações dos osciladores e médias móveis.
Estou a dizer que podemos até comprar em tendência de baixa e vender em tendência de alta desde que redefinirmos a tendência para efeito de operação. Isto é, por que não aproveitar as retrações que podem ser vistas com frequência em períodos mais curtos do que a tendência principal? O operador deve ser paciente, flexível e aceitar o custo desta combinação. Essas jogadas, por serem curtas, produzem lucros menores por operação.
Certo é que, transformando reações ou contra movimentos em tendências ajustadas às nossas preferências de operação, podemos lucrar com mais frequência do que ficar parado esperando padrões que não se repetem e mudam de configuração ao se aumentar ou diminuir o tempo gráfico. Para efeito didático, repetimos que, dentro de um período longo ocorrerá tantas retrações que podemos transformá-las em tendências menores e, assim, aproveitar as oportunidades reveladas.
O primeiro par de gráficos abaixo representa o movimento de preço da Gol. O primeiro gráfico deste par mostra uma tendência diária. Marquei uma das regressões dentro dessa tendência para demonstrar que esse pequeno movimento quando ampliado, usando um gráfico de períodos menores, transforma-se claramente numa tendência de baixa com vários pontos de entrada para aqueles que podem operar a descoberto. Apesar disso não recomendo nenhuma operação a descoberto, mas a lição é válida.
Compare o gráfico superior, diário, com aquele, na parte inferior, de 30 minutos. Assim, notamos que mesmo as tendências de alta oferecem oportunidades para se fazer algumas vendas a descoberto.
O segundo par de gráficos, acima, mostra o comportamento dos preços da Petrobras.* Entre agosto e novembro deste ano, os preços ficaram dentro de uma leve tendência de baixa. Entretanto, houve muitas retrações. Marquei com duas linhas verticais uma das retrações que ocorreu entre 25 de outubro e 7 de novembro. Esta retração quando desdobrada em um gráfico de 30 minutos (gráfico inferior) mostra que esse período ofereceu oportunidades para se tirar um bom lucro operando contra a tendência maior e favor da menor. Tente fazer essa análise e boa sorte!
Prof. Metafix
- Negociando Moedas no Intraday - 28/04/2024
- Fundos ETF de Moedas - 13/04/2024
- O jeito certo e o errado de operar ativos - 11/03/2024
Olá pessoal, sou leigo no negócio,iniciei agora, e pesquisando no Amiguinho Google, encontrei esse site, amor primeiro à vista. Gostei da matéria, vou continuar a ler.
Parabéns, Professor. Nota Dez.
De Ariquemes – RO.