Lições de Economia – O Problema do Endividamento

Professor Metafix

Farei alguns comentários sobre esse tema mostrando porque as economias de um modo geral enfrentam um impasse nunca visto na historia econômica. Depois, e como sempre, farei algumas sugestões que podem ajudar a diminuir o risco de quem negocia com ações e derivados.

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Lições de Economia
O Problema do Endividamento

O endividamento exagerado é o principal empecilho para a recuperação de uma economia ou de uma empresa. Por isso, não vejo possibilidade da economia mundial sair rapidamente da crise atual porque o nível das dívidas é “Entretanto, a inflação foi sempre a solução para as crises capitalistas” bastante elevado tanto no setor público como no setor privado. A solução passa por uma inflação moderada no longo prazo para que se viabilize um perdão generalizado de dividas. O problema é que essa crueldade social só se pratica em casos extremos. Entretanto, a inflação foi sempre a solução para as crises capitalistas.

Farei alguns comentários sobre esse tema mostrando porque as economias de um modo geral enfrentam um impasse nunca visto na historia econômica. Depois, e como sempre, farei algumas sugestões que podem ajudar a diminuir o risco de quem negocia com ações e derivados.

Historicamente, todas as crises surgiram de algum desequilíbrio no sistema mas, invariavelmente, elas funcionam como um esfriamento depois de um aquecimento geral na economia associado a um elevado nível de endividamento. Nas grandes crises passadas, a euforia do setor privado criou momentos de crescimento elevado. Infelizmente, esses períodos foram seguidos por outros, de retrações profundas. As economias passam por movimento irregulares no nível de emprego e renda, o quê se chama de ciclos de negócios. Estas ondas são bem parecidas com aquelas altas e baixas que notamos nos índices de preço das ações.

Notem que, geralmente, quando a economia cresce muito rápido, os preços sobem formando bolhas “…depressão, ela é rara e o pior dos males por causa do desemprego que provoca” inflacionárias. Às vezes, e em períodos alternados, a economia não cresce e pode passar por recessões com estabilidade de preço. Mas se a recessão for prolongada se transforma em depressão e ai podemos ter deflação, queda generalizada nos preços e na atividade econômica. Todos os governos prometem manter um crescimento equilibrado, isto é, sem inflação, mas nenhum deseja depressão, ela é rara e o pior dos males por causa do desemprego que provoca.

Assim, é melhor ter um pouco de inflação com emprego do que depressão com desemprego. Apesar da promessa de manter estabilidade no nível de preços, os governos sempre trabalham com um pouco de inflação porque ela beneficia as empresas e outros setores sortudos da economia que necessitam de crédito. A promessa de combater a inflação em momentos de desemprego é uma grande hipocrisia. A inflação sempre foi a solução para as crises do desemprego no sistema capitalista mas, como permitir que ela avance é o cerne da questão.

Os governos trabalham com dois instrumentos para manter o equilíbrio, política fiscal e monetária. Com a política fiscal o governo pode aumentar ou diminuir os impostos para alterar o consumo privado e as despesas públicas. Com a politica monetária, ele pode incentivar o setor privado a investir mais e controlar a inflação. A política monetária afeta indiretamente o comportamento econômico do estado, e diretamente o setor privado porque alterações nas taxas de juros e mudanças no crédito mudam o custo do dinheiro.

Infelizmente, quando os governos e os consumidores já estão muito endividados, essas políticas perdem força e tornam-se menos eficazes. Com uma dívida exagerada, os governos não podem gastar mais por causa da pressão política e dificuldades para levantar recursos adicionais via impostos ou empréstimos. Os consumidores também temem o futuro e rejeitam o credito mesmo que este seja fácil. As empresas também não investem só porque os juros são baixos; elas tomam emprestado para novos negócios, e estes devem prometer retornos compatíveis com os juros e com os riscos. Os consumidores que já estão endividados também freiam o consumo e procuram poupar mais para se proteger dos dias piores.

Quando o governo não tem dívidas, mesmo que o setor privado relute em consumir mais, ele pode dinamizar o sistema aumentando as despesas públicas porque pode tomar emprestado com facilidade. Se ele não tem dívidas pode também diminuir os impostos para dar folego ao setor privado. Assim, teoricamente, quando nenhum dos dois setores, o privado e o público, tem dívidas, a solução de qualquer crise poderia ser bem mais fácil! Entretanto, quando o governo é cúmplice da farra do consumo passado, que provocou a crise presente, terá dificuldades para aumentar as despesas futuras num nível compatível com a necessidade de pleno emprego.

Portanto, essa crise pode ser diferente das outras porque antes, em outros tempos, os governos poderiam levantar recursos via empréstimos porque ainda não estavam endividados. O endividamento e a crise que ele provocava eram fenômenos restritos ao setor privado. O governo funcionava como um participante involuntário ou como uma força de reserva, quando não tinha dívidas. Ele também poderia diminuir os impostos para dinamizar o “…inflação que forçará uma distribuição de recursos dos credores para os devedores” setor privado, mas com o elevado nível de dívidas essas opções, praticamente desapareceram. Atualmente, até os consumidores estão endividados e com baixo nível de poupança. Quase todas economias estão presas às dívidas passadas e, antes de investir e consumir mais, terão que resolver o imbróglio em que se meteram. Isto só vai acontecer com recursos artificiais, isto é com inflação que forçará uma distribuição de recursos dos credores para os devedores.

Perante este quadro pessimista, não vejo ganhos elevados para quem investe em bolsas pensando no longo prazo. Entretanto, ainda existem boas alternativas para aqueles que estiverem disposto a investir no curto prazo e seguir algumas regras simples. Entre elas, aprender a diversificar os investimentos; segundo, não aplicar todo capital de uma só vez; terceiro, manter alguma reserva em caixa pra aproveitar as oportunidades e evitar os reveses do mercado; quarto, diminuir o nível de “alavancagem” dos negócios; quinto, aproveitar os períodos curtos para fazer alguma realização, mesmo que os lucros sejam pequenos. Lembre-se de que lucro pequeno não quebra ninguém. Além de tudo, evite os rumores e intuições na hora de investir e use uma metodologia consistente e confiável.

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