Médias, Variância e Risco Como as médias ajudam entender os movimentos de preço.
No último artigo lançado aqui, na semana passada, discuti a importância de se trabalhar pensando numa média por causa da lei de regressão que atrai e repulsa os preços para um centro de gravidade. O centro de gravidade é mais conhecido como média, mas também pode ser chamado de expectativa ou o valor esperado. Ele é o indicador mais utilizado pelos veteranos do ramo para operar no mercado de ações. Quanto mais os preços se desviam da média, maior a probabilidade de se lucrar com uma jogada por causa da inexorável força da regressão.
Entretanto, deve-se ter cuidado porque os riscos também aumentam com os desvios da média. Os preços são instáveis e podem se distanciar e se aproximar do valor esperado de forma incerta e precipitada. O processo de barganha entre compradores e vendedores anônimos puxa e repuxa os preços para um lado e para outro do valor esperado em qualquer momento do pregão. Os operadores devem ficar atentos e desenvolver meios e estratégias que sejam consistentes com esses movimentos para não caírem vítimas de mudanças inesperadas.
A média, também serve para mostrar a distância que separa o desempenho no mercado de ação dos retornos na economia real. Uma média muito alta indica que os preços das ações estão exagerados porque a mudança deles não pode ir muito além do crescimento econômico. Por isso, quando a média dos preços sobe muito, a probabilidade dela cair aumenta; e quando cai muito, a probabilidade dela subir também aumenta.
“A média dos preços das ações tem duplo sentido, ela funciona como um desvio da média da economia e como centro de atração para os preços das ações” A média dos preços das ações tem duplo sentido, ela funciona como um desvio da média da economia e como centro de atração para os preços das ações. No curto e médio prazo, o que nos interessa mais é a variância dos preços ao redor da média. No longo prazo, o mais importante é distância da média do desempenho da economia e muito menos a variância ao redor dela. Por isso que, quem opera no longo prazo se preocupa com a tendência e menos com as variações passageiras. Por outro lado, quem opera no curto prazo se interessa mais pelos movimentos ou variação ao redor da média do que com os fundamentos da economia. Mesmo assim, é importante que se observe com cuidado as duas coisas; a variância dos preços ao redor da média e a tendência da média no longo prazo.
“A regra áurea para se operar é a de se acompanhar a tendência e nunca operar contra ela” A regra áurea para se operar é a de se acompanhar a tendência e nunca operar contra ela. Por isso que, quando a média das ações, medida pelos índices, estiver se distanciando muito numa direção ou noutra, devemos observar os acontecimentos econômicos para não sermos surpreendidos com operações de longo prazo que contrariem a direção dos preços. Quanto maior for o distanciamento da média real da economia, maior a probabilidade dos preços mudarem de direção. A mudança pode ser rápida e inesperada porque nada se mantém por muito tempo contrariando os fundamentos da economia.
“É importante que se trabalhe com a variância dos preços ao redor de uma média do próprio preço (curto prazo), e a variação da média ao redor de outra média que é o desempenho natural da economia (longo prazo)” É importante que se trabalhe com a variância dos preços ao redor de uma média do próprio preço (curto prazo), e a variação da média ao redor de outra média que é o desempenho natural da economia (longo prazo). O crescimento da economia, em geral, é muito baixo e limitado pelos ganhos de produtividade que dependem de muitas transformações difíceis de serem realizadas no curto prazo porque estas também dependem do aprendizado humano e de investimentos na produção.
“Por isso que, topos ascendentes combinados com fundos ascendentes mostram tendência crescente; e quando os topos forem descendentes e os fundos forem cada vez mais fundos, temos tendência decrescente”
Trabalhar com preços muito acima ou muito abaixo da média é cortar com uma faca de dois gumes porque variância grande permite maior lucro, mas indica maior risco. Quanto maior a distancia dos preços da média maior a probabilidade deles voltarem para ela, mas não temos garantia que vai acontecer quando desejamos ou precisamos. A mudança de preços, às vezes, pega o investidor de surpresa porque o preço se distancia tanto numa direção que modifica a própria tendência. Isto é, à medida que a variação de preço for ascendente, a média sobe e quando for contrário ela cai. Por isso que, topos ascendentes combinados com fundos ascendentes mostram tendência crescente; e quando os topos forem descendentes e os fundos forem cada vez mais fundos, temos tendência decrescente.
Não podemos esquecer de que risco e variância são sinônimos! O risco de se perder dinheiro comprando ações quando o preço dela se encontra acima da média é muito maior do que quando compramos abaixo dela. Por outro lado, trabalhar com variância de preço muito alta quando a média se encontra muito distante da economia é duplicar os riscos. Isto é, risco total seria igual ao produto das duas variâncias. Felizmente, podemos minimizar os riscos vendendo só quando os preços estão oscilando abaixo da média, e comprando só quando estão variando acima dela. Essa é a forma mais segura de se trabalhar com a tendência.
“Felizmente, podemos minimizar os riscos vendendo só quando os preços estão oscilando abaixo da média, e comprando só quando estão variando acima dela. Essa é a forma mais segura de se trabalhar com a tendência” Como seria muito trabalhoso ficar calculando a média dos preços a todo instante, as plataformas de operação com gráficos já vem programadas para produzir médias móveis. Essas médias são importantes para guiar o investidor ao longo das operações.
Muitos operadores trabalham com duas médias móveis, uma longa para mostrar o distanciamento da realidade econômica, e uma curta para indicar a variância ao redor da média dos preços. As duas são fundamentais, pois quanto mais longa for a média móvel, maior será a proximidade dela com os fundamentos da economia no longo prazo. As médias móveis curtas também são importantes porque eliminam os ruídos da variação de preço e ajudam identificar os movimentos de curto prazo. Erros e falhas podem ser compensados pela sorte, mas esta é tão exigente que ajuda muito mais quem opera de forma certa respeitando a tendência!
Professor Metafix
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“Felizmente, podemos minimizar os riscos vendendo só quando os preços estão oscilando abaixo da média, e comprando só quando estão variando acima dela. Essa é a forma mais segura de se trabalhar com a tendência” Não é o inverso?