O Forex e o Dólar

Professor Metafix 2

Á medida que os dólares se acumulam fora da economia americana, ele se deprecia e as demandas, efetivas e potencial, por bens americanos aumentam arrefecendo a queda da moeda. Assim, todas às vezes que o dólar cai perante outras moedas…

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O Forex e o Dólar

Frederic Bastiat na “Parábola da Janela Quebrada”, trata das coisas vistas e não vistas na economia. Uma particularidade negativa, como uma janela quebrada, pode se transformar num benefício público. As despesas com o conserto da janela se transformam em renda para quem produz vidros e para quem instala janelas. Os gastos de uns se multiplicam em renda para muitos. Isso gera uma cadeia de acréscimos na renda da comunidade maior do que as despesas originais com o conserto da janela. Posteriormente, Keynes chamou esse processo de aumentos, multiplicador de renda. Para Keynes, gastar não é pecado, pois o vício de um se transforma na virtude de muitos.

A economia americana é uma particularidade que opera como uma janela quebrada no mundo globalizado pelos negócios. A tentativa de consertá-la enfrenta barreiras naturais porque a economia mundial se beneficia dos consertos e das despesas americanas mais do que dos outros parceiros tomados individualmente. Assim, o vício dos Estados Unidos em gastar além de um equilíbrio sensato se transforma numa virtude para os parceiros econômicos que acumulam bilhões de dólares até em fundos soberanos. Essa contradição entre o vício e a virtude econômica é marcante na economia atual. Apesar disso, existem inquietações no mercado de moedas, e muitos chegam a perguntar: quando o dólar vai cair?

Á medida que os dólares se acumulam fora da economia americana, ele se deprecia e as demandas, efetivas e potencial, por bens americanos aumentam arrefecendo a queda da moeda. Assim, todas às vezes que o dólar cai perante outras moedas, a demanda por ele aumenta e a queda inexorável a longo prazo é estancada a curto prazo. No longo prazo, o horizonte é menos aprazível. É preocupante para os leigos, mas nem tanto para uma boa parcela de economistas. Estes se preocupam muito pouco. Keynes chegou a dizer que no longo prazo todos estaremos mortos. Infelizmente, serão os vivos que terão de fazer os devidos ajustes. E estes virão de forma lenta e gradual, mas sem nenhuma catástrofe nos negócios pois, graças a montagem do sistema internacional de pagamentos, o dólar ainda dominará os meios de trocas independente de desejos paralelos e alheios a realidade da economia mundial que não encontra outra âncora mais segura, por enquanto!

Aqueles que negociam com moedas não devem temer mudanças bruscas nas relações de trocas ou na paridade do dólar. Entretanto, todos devem examinar a paridade do dólar todas as vezes que fizerem uma operação, mesmo quando esta não envolve a moeda americana porque ela afeta tanto o comportamento das outras moedas como um leão impertubável que dorme tranquilo. Não se trata de simulação e resto da fauna, especialmente quem opera o Forex, não deve ficar indiferente nem aos roncos nem aos cochilos intermitentes da fera!

Eu acompanho com cuidado o índice dólar, que mede a paridade contra uma meia dúzia de outras moedas. O Índice é negociado na New Yor Board of Trade e transmitido em muitas páginas da internet. O leitor pode acompanhar esse mercado em vários tempos gráficos e em diferentes páginas. Eu o acompanho no www.ino.com.

O índice é muito importante por vários motivos. Primeiro, como ele mede o poder de compra do dólar contra seis moedas, é de longe o melhor guia para quem opera o mercado interbancário, o Forex. É conveniente atentar para a evolução dele ao longo do tempo porque ela é bastante esclarecedora. Apesar da importância do dólar, o Euro vem se afirmando como a segunda alternativa entre todas as outras moedas porque é o numerário do segundo maior bloco econômico. Atualmente as principais moedas que compõem o índice são: o Euro, o Yen, a Libra, o Dólar canadense, o Franco suíço e a Coroa sueca. O Euro é de longe a mais importante, contando com quase 57 por cento. O Yen vem em segundo lugar com uns 13% e a Libra em terceiro lugar com 9 por cento.

O índice mostra o Dólar se depreciando a longo prazo, mas com forte reações de curtíssimo prazo, especialmente contra moedas menores e mais voláteis. Segundo, a maioria das moedas, mesmo fora do índice, é negociada contra o Dólar. Os operadores que dominam bem o mercado sabem que qualquer reação na paridade da moeda americana se alastra por todo mercado, contaminando até as moedas fora do índice.

Terceiro, o operador deve evitar as surpresas pois, de vez em quando, o índice volta crescer como se nada estivesse acontecendo nos fundamentos da economia americana. E por isso, o investidor não deve se iludir com os ufanismo sobre a queda do green back baseada em movimentos passageiros. Bons investidores e especuladores são como pilotos que, na falta de uma orientação visual, seguem os instrumentos à risca. As técnicas, tanto no mercado de ações como no de moedas, são mais confiáveis do que nossos julgamentos. Elas não sofrem influência de nossas emoções ou desejos pecuniários.

O Dólar vem perdendo valor desde 2005, mas isso não significa o fim dele como moeda internacional. Todavia, a depreciação representa uma marcha inexorável para um ponto mais estável ao longo do tempo. Por outro lado, enquanto a economia americana acumular déficits em transações correntes, beneficiando os parceiros comerciais, teremos instabilidade e volatilidade perseguindo os apostadores no Forex.

Apesar dos fundamentos da economia americana gerarem inquietações e apostas diversas sobre o destino da moeda, eles não conseguem mudar a realidade mundial. As outras economias dependem do mercado americano para gerar empregos advindos das exportações. Assim, as reações dos parceiros comerciais no curto prazo evitam uma depreciação mais rápida do dólar. O encadeamento de atividades entre os países com fraca demanda interna e os Estados Unidos dá tranqüilidade aos negociadores de moedas e aos especuladores em commodities. Assim, o dólar vai assumindo outro papel, o de manter equilíbrio nas contas mundiais mesmo com o avanço do Euro e a falta de aval dos fundamentos da economia americana. Assim, como dizia Keynes, podemos fingir por algum tempo mais, pelo menos, até a economia americana desistir de consertar sua própria janela!

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2 comentaram sobre “O Forex e o Dólar

  1. Ola, prof-Metafix, assisti ontem a uma palestra da Capital Investimentos, com o sr. Enzo, e dai ele me indicou esse site q por sinal eh bastante interessante. Gostaria de saber se o sr. tem alguma sugestao de leitura sobre o mercado Forex, e de algum operador confiavel nesse mercado…Fiquei mto surpreso com a magnitude desse mercado, embora nao conheca nada do mesmo e mais ainda pela falta de divulgacao de informacoes a respeito. Desde ja agradeco pela atencao.

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