Hedge e Operações de Long & Short

Professor Metafix

Hedge e Operações de  Long & Short

Nesses momentos de crise, de apreensões e dúvidas, aproveito para lembrar de que a maioria das perdas em ações pode ser evitada sem sacrificar muito os ganhos esperados e, na maioria dos casos, eles podem ser até aumentados. Mesmo num “Bear Market”, como esse que estamos entrando agora, o hedge protege os investidores porque não depende de tendência pois se trata de uma estratégia neutra.

Antes de tudo, peço desculpas pelos termos em inglês, mas essa é a terminologia usada nos tratados sobre finanças da atualidade. O hedge é uma forma de nos proteger contra movimentos de preços adversos. No inglês original, o termo se refere às cercas usadas para proteger plantações e prender animais domésticos. Pois bem, no mercado financeiro usa-se esse artifício para designar alguns tipos de proteção contra perdas em ativos isolados e na formação ampla de carteiras de investimentos.

O hedge mais usado é o lançamento de opções cobertas. Nesse caso, quando se compra uma ação, vende-se opção para proteger contra recuo no preço da ação. Existem outras formas de hedge, mas vou me ater o caso do long e short. Nesse caso, vende-se (short) uma ação e compra-se (long) outra. Lembre-se de que a cerca é um amparo de dois lados que barra quem queira sair ou quem queira entrar. Assim, o hedge financeiro limita os ganhos e protege o investimento contra as perdas. Poderíamos interpretar o hedge também como uma balança ou situação de equilíbrio ao longo do tempo.

Vamos lá: No short e long, você toma emprestado uma ação pagando uma pequena taxa de aluguel, Isso se chama BTC (banco de títulos e custódia) da Bovespa. Nesse banco, há uma lista de ações que podem ser tomadas emprestadas mas, se você consultar sua corretora, ela vai indicar se aquela ação que você quer vender pode ser alugada.

Qual a vantagem do Short & Long? Quando você vende uma ação, cem por cento da receita deveria entrar na conta, mas a corretora, por medidas de segurança, retém um terço dos recursos. Mesmo assim , é uma situação vantajosa para quem vendeu pois vai ficar com dois terços dessa receita pra comprar outra ação. Porém, nesse tipo de operação, deve-se balancear o financeiro. Assim, quem fez o short precisa acrescentar apenas um terço dos recursos para compra a ação desejada. Esse balanceamento permite um equilíbrio financeiro entre as duas pontas, a vendida e a comprada. Destarte, como se recebe dois terços da venda, só precisa acrescentar um terço do dinheiro para comprar a ação desejada. Essa é a grande vantagem do long e short; você vai operar alavancado de um por três. Com apenas um terço do capital você compra uma ação. Portanto, o lucro da operação, como porcentagem do seu capital aplicado, será 3 vezes maior do que a de uma operação simples.

Agora vamos aos cuidados na hora de escolher o par que se deseja fazer o hedge short & long. As ações usadas no short e long, devem ser correlacionadas. Por exemplo, deve-se negociar com ações do mesmo ramo; por exemplo, setor siderúrgico, ações do setor bancário, ações do setor varejo e assim por diante. Pode-se também usar ações da mesma empresa, por exemplo, ações do tipo ordinária com uma preferencial, cmig3 com cmig4, ou petr4 com petr3.

O segundo cuidado é o de comparar o desempenho entre as duas ações. Pode-se fazer isso calculando a diferença de preço entre as duas ou indexando os valores, dividindo uma por outra. Muitas plataformas tem esses recursos onde podemos plotar o coeficiente ou a diferença de preço dos ativos que compõem o hedge.

Ao plotar a diferença dos preços podemos usar um oscilador para ajudar identificar os suportes e as resistências que se formaram ao longo do tempo e assim, operar com a diferença de preço como se fosse o preço de uma ação qualquer. Nesse caso, compra-se aquela ação que mostra preço mais forte e vende-se aquela que se apresenta com um preço mais fraco. Note que, não faz diferença se as ações estão subindo ou caindo, o que importa é se a diferença de preço está aumentando ou diminuindo. O ganho virá da diferença de preço. Compra-se quando a diferença é pequena e vende-se quando ela for maior. Assim, com o hedge short e long pode-se obter lucro consistente sem medo das retrações que ocorrem normalmente no mercado de ações.

Com esse tipo de hedge, o investidor precisa operar de forma intermitente para aproveitar as diferenças de preço, pois os ganhos virão com frequência com a mudança de força relativa entre as duas ações. Isto é, haverá momentos quando o preço de uma fica mais forte ou mais fraco do que a outra.

Finalmente, se o interessado desejar, pode acrescentar mais um hedge; vendendo opção da ação que comprou e comprando opção da ação que vendeu. O primeiro vai dar uma oportunidade se vender a ação comprada por um preço mais alto e o segundo daria a oportunidade de se comprar ação que foi vendida por um preço mais baixo.
Boa sorte, Prof. Metafix, Brasília 16 de março de 2020.

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