O Mercado de Ações e as Regras do Jogo

Professor Metafix

Há uma discussão desnecessária e até irritante sobre o jeito certo de se operar ou investir em instrumentos de renda variável, como o mercado de ações. As regras são tão simples que nem merecem discussão porque todo mundo sabe que só ganhamos dinheiro quando vendemos algo por um preço acima do custo. Entretanto, para apaziguar meu espírito rebelde e para esclarecer aos interessados e àqueles que gostam de set-ups estanques, aproveito a oportunidade para deixar um recado recheado de obviedades, porém necessárias. 

Compre ações na baixa e venda na alta

A regra mais importante que deixo aqui para o mercado de ações é a seguinte: Compre ações, à medida que puder, e deixe o tempo passar, se você não ganhar dinheiro no curto prazo seus netos vão ficar ricos no longo prazo! Essa regra é boa se você não se incomoda com baixo retorno de longo prazo, mas realmente deseja deixar uma boa herança para os descendentes. Do contrário, se você deseja ganhar no curto prazo para se divertir ou para complementar a renda, siga uma regra básica; compre na baixa e venda na alta obedecendo às tendências de alta. Se você adora comprar e vender, terá muitas oportunidades para lucrar pois os preços não param de subir e descer; isso podemos ver nos gráficos de preço de ações em qualquer intervalo escolhido.

O problema é que, se você não opera com muito dinheiro, os lucros de curtíssimo prazo são engolidos pelas comissões das corretoras. Apesar dessa barreira onerosa, seria interessante explorar alguns detalhes que corroboram com a arte de se lucrar no mercado de ações no curto prazo. 

O Movimento dos preços no Mercado de Ações

Devemos manter em mente que o mercado não se comporta de forma perfeitamente aleatória. Destarte, não cabem regras fixas ou carregadas de emoções porque a lógica predomina no mercado, apesar da teimosia de alguns especialistas. Os preços se movimentam de forma randômica porém com tanta imperfeição que permitem o operador lucrar com facilidade desde que obedeça algumas regras simples.

Em qualquer administração, a regra mestre é substituir aquilo que rende menos por algo que rende mais. Aquilo que rende menos é caro! Por isso, vende-se aquela ação que é já rendeu bem antes dela cair de novo, e compra-se aquela que já caiu de preço porque, se a empresa for boa e a tendência for de alta, o preço vai subir de novo.

Comprar barato e vender caro é uma regra insofismável de como devemos operar em qualquer mercado. Infelizmente, essa regra só ajuda quando acompanhamos de perto as altas e as baixas dos preços para poder aproveitar as mudanças. Os céticos ainda perguntam o que é barato e o que é caro? Estes até tem razão porque o caro só é importante quando temos pouco dinheiro ou desejamos comparar o valor de hoje com aquele que prevaleceu no passado, na esperança de comprar algo por menos! 

Os gráficos da análise técnica

O uso dos gráficos na análise técnica são excelentes para se comparar os valores ao longo do tempo. O intervalo para comparação pode ser de horas, dias ou semanas. Assim, só vamos descobrir o barato quando olhamos o gráfico para sentir onde estamos em relação a um momento anterior. 

A maioria dos investidores que já encontrei, ignora as ondas de preço que mostram quando uma ação está barata ou está cara e se concentram na diversificação contra os riscos de perda, em vez de aproveitar as oportunidades de ganhar mais tirando vantagens das mudanças ao longo do tempo. Estes desejam tranquilidade e investem pensando no longo prazo. Como os preços mudam incessantemente, o barato e caro aparecem em cada período escolhido para operar. 

No Mercado de Ações, espere o preço recuar

Para comprar barato e vender caro é fácil, só precisa ter paciência para esperar o preço recuar ao longo de uma tendência de alta. Investidores de longo prazo, preferem diversificar o portfólio do que operar de vez em quando acompanhando as mudanças de preço. Diversificar é importante para se proteger do risco não sistêmico, mas não serve como desculpa para ignorar as operações de curto prazo. Quem não sabe operar no curto prazo, raramente vai aprender investir no longo prazo. No mercado financeiro toda desconfiança é válida, por isso, não acredite que investir no longo prazo é mais seguro. A melhor proteção contra prejuízos é administrar bem o que tem. Como diz o velho ditado: O quê engorda o boi é o olho do dono!

Já que a proteção contra o risco sistêmico é quase impossível e exige visão e muito trabalho para recompor a carteira de vez em quando, podemos entender, pelo menos, como nos proteger e aumentar os ganhos evitando os risco não sistêmicos com jogadas de curto prazo. E, dado os meios que temos na atualidade, não precisamos nos preocupar com diversificação porque, com ajuda dos gráficos podemos comprar na baixa e sair na alta antes do mercado ruir.

A lei da oferta e procura

Diferentes dos Investidores conservadores, muitos novatos são mais afoitos; esses preferem operar com esperança, sonhar com ações milagrosas e usar set-ups diversos, em vez de estudar o mercado e desenvolver regras de negociação que sejam consistentes com os movimentos dos preços. Como dito em artigos anteriores, os preço formam ondas em respostas às mudanças na oferta e procura. E, como já dito, essas ondas são claramente visível em qualquer intervalo de tempo que escolhermos para observar.  

Para aproveitar bem as ondas que se formam ao longo tempo é necessário domar nosso desejo e intuição; essa é a parte mais difícil das operações. A emoção pode proteger as pessoas dos males de forças desconhecidas. Infelizmente, não se ganha dinheiro com desejos ou esperança, temos que nos agarrar nos fatos implacáveis da concorrência e se concentrar na lógica do processo decisório. Como dizia Shakespeare –”a consciência nos transforma em covardes”. Na hora de decidir, temos que nos curvar aos dados como um implacável juiz num tribunal que sabe respeitar os autos do processo sem se influenciar pelo caráter do acusado. Aproveite, não caia na onda do achismo respeite os fatos.

As regras de Ouro

Deixo alguns lembretes importantes: Em primeiro lugar, como em qualquer atividade, até no relacionamento humano, devemos escolher o que tem de melhor a nossa disposição. É temeroso gastar nosso dinheiro com produtos ruins ou investir em ações de empresas que são mal administradas ou desconhecidas, na esperança de que elas podem lucrar mais no futuro.

Em Segundo, como não podemos evitar o risco sistêmico, isto é recessões e falhas na economia, podemos até investir em ações que sejam pouco relacionadas, porém o mais importante é não correr atrás da performance. Isto é, não compre ações só porque já deram muito lucro; e caia fora sempre que obtiver lucro e houver sinais de perdas.  Diversificar seria uma forma de se proteger contra riscos não sistêmico, mas não salva ninguém do risco sistêmico. Além disso, toda forma de proteção passiva diminui o lucro possível.

Quando não existe disposição ou desejo de comprar e vender de vez em quando, podemos esticar as jogadas fazendo lançamentos de opção ou operações do tipo Long & Short. Essas alternativas são a melhor forma de proteção contra riscos não sistêmicos. 

Terceiro, devemos respeitar o tempo e obedecer a tendência, pois como dizia Charles Dow —the trend is your friend– Isto é, se a tendência é tua amiga não devemos operar contra ela. Ora, se a regra é obedecer a tendência, como ensinava Charles Dow, por que não obedecer todos movimentos de preço, comprando somente quando estão alinhados apontando a mesma direção? 

Good Luck!  Prof. Metafix Wisconsin, outubro de 2019. 

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